São Paulo, 21 de novembro de 2011.
Plantas que curam
Há séculos utilizamos a natureza na arte da cura de doenças, de homens e animais, encontramos vários artigos descrevendo o uso de plantas por hindus, árabes, egípcios, romanos, chineses e os índios que descrevem várias plantas com poderes curativos. E a partir desses conhecimentos a indústria farmacêutica e cosmética vem desenvolvendo sintéticos e formas de extração dos princípios ativos de plantas anteriormente utilizadas de forma empírica.
Infelizmente com a modernidade muitos desses conhecimentos vem se perdendo ao longo dos anos bem como sua credibilida. Esquecemos que as únicas formas de cura eram através dessas fórmulas que chamamos de caseiras.
Hoje nas grandes cidades e até mesmo no interior se torna cada vez mais difícil encontrar uma família que possua um remédio dito natural que tenha sido passado de geração para geração, feito de plantas que podem ser encontradas na flora de sua região ou até mesmo em seus jardins com poderes curativos, no entanto com certeza medicamentos industrializados estão sempre há mão para serem usados indiscriminadamente.
Não pretendemos induzir o uso das plantas em substituição dos medicamentos industrializados, nem tão pouco da consulta de profissionais de saúde (médicos, farmacêuticos, etc) ou incentivar a automedicação de qualquer tipo, mas lembrar que se não fossem por esses escritos e relatos nenhuma tecnologia seria possível.
O conhecimento tradicional do uso das plantas é vasto, e em muitos casos o único recurso disponível para populações rurais de baixa renda,ribeirinhas, indígenas enfim aquelas que não possuem fácil acesso a sistemas de saúde, portanto essas plantas usadas como remédios popularmente devem ser estudadas e investigadas para se obtenção resultados etnobotânicos de cada região, seus usos e suas formas técnicas para se determinar dosagens seguras e eficazes, para que o profissional da saúde possa decidir quando e para qual doença podem ser administrados.
Esses estudos garantiriam a preservação da saúde, pois é importante deixar claro que o medicamento extraído de plantas não podem ser dados como naturais, são substâncias que podem levar a intoxicações de leves a graves e a morte do indivíduo que faz uso das mesmas sendo em formas de chás, extratos, sucos, pós, etc, porque a dose de ação medicamentosa de ervas medicinais estão muito próximas da dose letal.
Dica Importante:
Em tempo de Dengue, o emprirismo, a sabedoria indígena, o uso popular e uma colaboração da indústria, garantem uma casa livre de mosquitos, com a utilização de plantas existentes em nossa flora tais como: a Andiroba e a Citronela usadas a anos como repelentes de insetos.
Andiroba (Carapa guianensis)
Fonte: Imagem de internet
É encontrado como Óleo de Andiroba extraído das sementes da árvore que pode atingir até 30 metros de altura, encontrada no país na região da Amazônia, seus ácidos não possuem propriedades tóxicas, livre de cheiro afasta os mosquitos hematófagos.
Na indústria cosmética é usado em cremes, loções cremosas, em concentrações de 1 a 5 %, e em xampus, condicionadores e sabonetes, nas concentrações de 3 a 7 %.
Atua como repelente de insetos, emoliente, anti-séptico, atiinflamatório e cicatrizante, formando uma película protetora quando aplicada sobre a pele.
Infelizmente não possui disponibilidade de sementes continuas, ficando entre os meses de agosto e outubro sendo necessário 6 quilos de sementes para se obter 1 litro de óleo, o que faz com que seu uso possua um custo ao consumidor final relativamente caro e de dificil acesso a populações carentes.
Citronela (Cymbopogon nardus; Cymbopogon winterianus; Andropogon nardus L.)
Fonte: Imagem de internet
Espécie da Mata Atlântica e região da Amazônia, é uma erva que atinge 1,5 metros de altura, com folhas longas e invaginadas, suas flores são compostas de espigas pequenas e escuras, são facilmente cultivadas, em vasos ou no chão e uma única touceira protege uma área de 50 metros contra insetos.
O óleo de Citronela é otido das folhas, contém óleos essênciais (geraniol e citronelal) com ação repelente de insetos é usado na industria cosmética para esse fim em loções cremosas ou em óleos repelentes, nas concentrações de 3 a 10 %.
Na Amazônica, a decocção das folhas é passada sobre a pele para repelir os insetos.
A substância citronelal libera vapores que causam irritações suficientes em insetos, agindo como repelente e inibindo o ataque, tornando a Citronela uma planta eficaz e de baixo custo para ser usado no controle de insetos em geral, com o simples e barato ato de plantar uma muda da Citronela em casas e próximos a córregos e rios.
Obs: Tomar os cuidados para não confundir a Citronela com o Capim Limão ( Cymbopongo citratus) planta exótica muito conhecida e comum no Brasil, por sua propriedade terapêutica calmante utilizada em forma de infusão (chá).
Fontes:
Batistuzzo, J. A. O.; Itaya, M.; Eto, Y. Formulário Medico Farmcêutico. 2 ed. São Paulo: Tecnopress, 2002 Cap.14, p. 310 - 311. Cap. 18, p. 455 - 456.
Franco, L. L. As Sensacionais 50 Plantas Medicinais Campeãs de Poder Curativo. Vol 1.ed.Lobo Franco Ltda.Curitiba, 1996. p.95 - 96.
Simões, C. M. O. et al. Farmacognosia: da Planta ao Medicamento. 5. ed. Porto Alegre - Florianópolis: UFRGS-UFSC, 2003. Cap. 18, p. 474.
Stasi, L. C.; Lima, C. A. H. Plantas Medicinais na Amazônia e na Mata Atlântica. 2. ed. São Paulo: Unesp, 2002. Cap. 01, p. 43 - 49.
