terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Rota do Paraíso


 O paraíso existe e fica em Bonito, Mato Grosso do Sul, o tempo não é suficiente para desfrutar das maravilhas criadas pela Mãe Natureza, é impossível descrever as belezas encontradas na fauna e flora. Locais preservados e conservados pelo homem, onde animais e plantas convivem em plena simbiose, um cuidando da sobrevivência do outro.

Em Bonito, encontramos cachoeiras de águas cristalinas filtradas pelo calcário que com a ajuda da luz solar e o maravilhoso céu, dão as cores, que podem ser desde verdes a azuis. Podemos ver peixes da região como se estivessem em aquários. E para chegar a tudo isso, a mão do ser humano construiu para os acessos dentro da mata, trilhas de pedras, madeiras, escadas, pontes suspensas sobre a mata, ou sobre rios e rampas, verdadeiras obras de engenharia que eu jamais imaginaria encontrar dentro de uma mata.
A cada visita uma surpresa, tanto apresentada pela natureza quanto pelo homem que a preserva, rios cristalinos, cachoeiras brancas despencando sobre rochas formando bacias naturais e esculpindo formas inimagináveis que dão a assinatura da natureza a cada lugar.
Cavernas, onde cada canto revela uma nova forma, um animal, o homem, as plantas nada foi deixado de fora, todos foram lembrados pela Mãe Natureza, sejam elas, secas ou com água que forma lago subterrâneos, onde, o Sol, a Terra e a Água se juntam para deslumbrar qualquer um com sua beleza.
Encontramos guias bem preparados, que apresentam toda a fauna e flora durante todo o percurso, em especial aqueles que atenderam nosso grupo: Brasil (Boca da Onça); Anderson (Gruta São Miguel); Iolanda (Flutuação no Rio Sucuri); Panda (Gruta Lago Azul); Erike (Cavalgada e Natação Parque Ecológico Rio Formoso). Aspectos importantes como: seguranças, instalações, restaurantes e recepções são as melhores que já vi, e se fosse para pontuar numa escala de 1 a 10, daria 11 com certeza.
 Não posso esquecer o Eco Resort Zagaia, um lugar magnífico de fotografia que acompanha a região, onde se pode esquecer a vida, e desfrutar de tudo o que o Hotel oferece como: quadras aquáticas, piscinas sejam elas quentes ou frias, hidromassagens, campos de golfe, tênis e futebol dentre outras, lagos para pescaria, pistas para corrida, simples passeio onde podemos ver pássaros de varias espécies, se alimentando de frutas ou alimentos fornecidos pelo Hotel. E já que eles alimentam os pássaros, imaginem o que fazem para os hospedes, cafés da manhã, jantares temáticos como: japonês, regional, zagaia, árabe, e outros, que acabam com qualquer regime maravilhosooooo.
Ainda no caminho para Bonito, nos deparamos na rodovia com uma comitiva que estava viajando a 17 dias levando 1080 cabeças de gado Nelore para Bodoquena, e mesmo com o atraso da viagem é uma visão muito bonita todo aquele gado na estrada caminhando.  A coincidência ficou por parte do reencontro com a comitiva após quatro dias, muito legal.


domingo, 15 de janeiro de 2012

Oração do Cavaleiro

Deus pai todo poderoso, luz do Universo.
Vós que sois o criador da vida e de todas as coisas, concedei derramar sobre nós, teus filhos, cavalos, cavaleiros e amazonas que aqui estamos, as tuas bênçãos e a tua divina proteção.
Daí-nos Senhor:
- A saúde e vigor, para que possamos competir com garra em busca de vitória...
- A lealdade, para que, busquemos o  podium com determinação e coragem, mas com respeito pelos nossos adversários, vendo em cada um deles um amigo e um companheiro de jornada...
- A prudência, para que, não venhamos a nos ferir no ardor da disputa...
-A paciência, para que, entendamos  que a vitória, símbolo do sucesso, é o resultado do trabalho árduo e deve ser conquistada degrau a degrau...
- A humildade, para que, façamos de cada sucesso um estímulo para caminharmos sempre a frente e cada tropeço um aprendizado de que pouco sabemos e é preciso aprender mais...
- A gratidão, para que, no momento da vitória, saibamos que a conquista só foi possível pelo trabalho e dedicação de muitos, cavalos, pais, técnicos, tratadores, ferradores, juízes, voluntários, motoristas e até o nosso...
Senhor, daí-nos também:
-A bondade, para tratarmos nossos animais com respeito, amor e atenção, jamais esquecendo de agradecer a eles pelo trabalho realizado...
-A generosidade, para que, no futuro, quando nosso inseparável amigo de tantos galopes da vitória estiver velho e cansado, não mais podendo nos auxiliar nas conquistas, receba de nós amor e os cuidados para que, possa terminar seus dias com dignidade e chamado por vós, galope feliz sentindo em seu dorso o nosso carinho e nossa saudade, pelos verdes campos de tua divina morada...
Pai, daí-nos finalmente:
-O patriotismo para que, um dia logramos merecer representar o nosso país pelas pistas de hipismo do mundo, saibamos, como tantos outros, honrar o seu nome, sua gente e suas tradições...
-A virtude, para que, jamais nos afastemos dos nobres ideais do hipismo e para que antes de campeões, possamos ser cidadãos de bem...
-E a fé, para crermos que tudo vem de vós, Senhor do Universo e nosso Pai Eterno. Assim seja!
site: Tudo sobre Cavalos

Embora apenas o hipismo seja citado, está oração se trata da união entre o cavalo e o homem na disputa de uma competição, certamente podemos considerá-la para todos homens e mulheres que montados em cavalos de todas as raças, disputam provas em todo o mundo.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Alma de Garanhão

Quatrilho NS (Fazenda Monjolinho)
Esperto, imponente, arisco assim era o Quatrilho quando chegou. Um cavalo bem  novo tordilho, com papel foi o que me disseram, achei bonito, mas preferia que fosse pampa rsrsrsrs.... ,diferente do Pingo que foi entregue horas antes.
Na época tínhamos um senhor meio mal humorado para cuidar dos dois cavalos, o que tornava bem difícil conquistar a confiança deles, perdia-se um bom tempo para pega-los no pasto, mas depois de alguns 40 minutos conseguíamos isso quando não desistiamos. A impressão que se tinha era de que eles ficavam lá parados observando, esperando chegar perto, e um olhava para cara do outro e: - Cooorreee.  Era bem engraçado, claro para quem olhava.
Num certo dia, um vizinho veio nos dizer que achava que era porque o tratador maltratava os dois, resolvemos então trocar o tratador, as mudanças foram visíveis, a docilidade, a delicadeza, eles adoravam passear, cavalgar, estavam sempre esperando que chegássemos, o que demonstra a habilidade do cavalo em devolver o carinho que lhe dão.
Entretanto, essa estória é sobre um cavalo com alma de garanhão, seu nome Quatrilho, um Mangalarga Marchador castrado, que segundo os especialistas, entendidos, curiosos, e outros sempre nos disseram, foi mal castrado. Eu costumo dizer que ele é sistemático  e é ai que tudo começa, tendo ele vindo de um criador renomado na raça, acho que se sentia superior, então quando chegou, e encontrou o Pingo mestiço Mangalarga Marchador mesmo mais velho e calejado  da lida com gado, logo foi deixando claro, quem  mandava, o que não impediu que se tornassem os melhores amigos.
Certa manhã, o Pingo foi levado a selaria para um passeio e o Quatrilho claro o seguiu como sempre, porém o Quatrilho ficou lá preso e apenas o Pingo saiu, um detalhe importante é que ele sempre fez o que queria, como uma criança birrenta que grita e não obedece aos pais. Uma coisa que ele nunca admitiu foi ficar e o Pingo sair, não havia porteira que o segurasse, nem fechadura, nem corda amarrada, nada era um obstáculo, pular, saltar era o próprio cavalo de hípica. Confesso que tenho um pouco de culpa em alguns desses itens, já que ensinei e ele aprendeu rapidinho. E foi o que aconteceu naquela manhã, saiu apenas o Pingo e após algumas horas voltaram os dois, o Pingo sendo montado e ele do lado, como se estivesse preso por uma corda, então a partir deste dia nunca mais ficou sozinho sempre ia junto, mesmo que tivesse apenas um cavaleiro, é claro que se o Pingo ficasse e ele fosse não tinha problema, ele não se importava nem um pouquinho, como disse, sistemático.
Ele queria sempre ser o primeiro, até no banho,  rolar no chão que delicia mas, quando percebia que o Pingo estava rolando em outro lugar, tratava logo de ir lá dar uma experimentada, se deitava e rolava no mesmo lugar, ciumento. - Vai que a terra do Pingo é melhor  que a minha.
Quatrilho NS (Fazenda Monjolinho)
Mas não havia cavalo melhor, com crianças tinha muito cuidado, podiam passear sozinho que ele ia como um pangaré. Sabe,  estilo Pé de pano aquele cavalo do Pica-pau.  Fazia amizade com muita facilidade com outros cavalos se ficasse bem claro quem mandava, e foi assim que fez amizade com o Bob. O Bob era um cachorro acho que sem raça definida que o tratador arranjou ainda filhote, segundo ele para ser cão de guarda, e que todas as manhãs e tardes seguia seu dono para cumprir a tarefa de alimentar e tratar os cavalos. Acho que foi por isso que começaram a ser amigos, depois de algumas semanas não se largavam, estavam sempre brincando. Mas do que? Como cavalos podem brincar com cachorros? Continua...............